REDENÇÃO
– PA
"Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando
compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta
anos de vida aprender a ficar calado."
Fernandes, Millôr
De
manhã, bem cedo, fomos para Redenção. Cidade com muito, muito comércio.
"O nome Redenção não tem nada haver com homenagem ao Marechal Cândido Rondon.
É referida ao bairro Redenção de Goiânia, que na época era uma invasão. A cidade de Redenção não surgiu por acaso, foi planejada por três amigos, em uma conversa regrada de cachaça em volta de um lampião e deitados em redes, em um barracão na beira da pista de pouso, que hoje é a avenida Brasil.
Onde hoje é o cemitério Municipal, era uma vila de colonos, que foram chacinados pelos índios, e então os sobreviventes voltaram e la enterraram seus familiares."
Onde hoje é o cemitério Municipal, era uma vila de colonos, que foram chacinados pelos índios, e então os sobreviventes voltaram e la enterraram seus familiares."
A turma
era boa. Uma participante iniciou muito agressiva. Ás vezes isso acontece: o
participante não está no seu melhor dia ou preferia não estar ali. E o pior:
culpa o facilitador do grupo, agindo de forma agressiva, mostrando desinteresse
em participar das atividades ou até mesmo busca outra coisa para fazer, como
folhear uma revista. No mundo atual o terror dos facilitadores de grupos é a
tecnologia: computadores, celulares. Quem não tem um ou outro? E quem não leva
para a sala de aula, pelo menos o celular? Quem resiste a dar uma “olhadinha”
nas mensagens e se se segurar para não responder imediatamente? Poucos, muito
poucos. Claro fazemos o contrato de convivência no início do treinamento, do
curso, e todos concordam em deixar o celular no silencioso, computadores
desligados. Mas nem todos seguem os acordos. E como agir com aqueles que quebram um outro acordo? O que você faria?
Eu sei
o que faço: todos são adultos e sabem o que devem e o que não devem fazer para
aproveitar o curso e não atrapalhar os colegas e o facilitador. Caso a pessoa, com
sua conduta, não atrapalhe, problema dela. Tento trazê-la para as discussões,
fazendo perguntas eventuais, fazendo de tudo um pouco para atrair e manter sua
atenção. Na maioria das vezes, obtenho sucesso. Em outras, percebo que a pessoa
realmente está ali porque não podia recusar a indicação do chefe. Neste caso não
há muito o que fazer.
Mas e
se a pessoa incomoda, por exemplo, saindo várias vezes da sala para atender o
telefone ou fazer ligações? Situação difícil, principalmente dependendo das características
do participante. Mas cabe ao facilitador controlar o grupo, garantir que
comportamentos inadequados não atrapalhem a si próprio e aos outros. Cada facilitador
tem seu jeito próprio de lidar com as diversas situações que podem surgir. É importante
é controlar a situação, neutralizar os comportamentos inadequados e garantir o
bom andamento do trabalho.
Pois
bem, a participante agressiva, mal-humorada, não gostou logo de cara, de uma
das primeiras dinâmicas: a das garrafas. Disse que era ridícula. Para esta dinâmica
são utilizadas 3 garrafas, 3 facas e um copo com água. O desafio é fazer um
suporte com este material que sustente o copo com água. Eu sempre gostei de aplicá-la,
quando o tema é solução de problemas. Permite um belo processamento. Estimula a
criatividade, busca de alternativas, trabalho em equipe, etc. Adoro. Mas ela
detestou. Ás vezes, as pessoas regem de forma hostil quando percebem que não
sabem resolver o desafio como se tivessem que saber de tudo o tempo todo. Ficam
frustrados, irritados e procuram desmerecer a pessoa que os colocou nesta
situação ou os recursos oferecidos. Vaidade!
Durante
o desenvolvimento da atividade, o grupo fez com que ela percebesse que seu
comportamento não estava muito adequado. Aos poucos ela foi relaxando, se
envolveu, participou e contribui para a solução do desafio. O processamento foi
muito rico e proporcionou muitas reflexões, aprendizados.
Foi
muito bom trabalhar com eles. Eu gosto. Sempre.
Um
fato interessante que ocorreu: como o treinamento começou às 14h, tínhamos que
parar por volta das 19h para o jantar, que seria servido na sala ao lado. De
repente escutamos um grande barulho de coisas caindo, quebrando. Não deu outra:
a mesa com os pratos que seriam servidos foi ao chão. Ainda bem que o incidente não impossibilitou que o jantar acontecesse. Estava com uma fome!
Mais
uma vez tudo correu bem. Voltei para o hotel cansada e com a sensação de missão
cumprida. Restava descansar para o próximo destino do dia seguinte: Marabá.
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