segunda-feira, 2 de março de 2015




 Módulo: Decisões Eficazes

"A vida é a arte das escolhas, dos sonhos, dos desafios e das ações."
J.A. Wanderley





http://www.sorts.com.br/imagens/holambra.jpg


Quando vou ministrar treinamentos, não conheço as pessoas, delas, quase nada sei. Na verdade, as informações que temos, são poucas, muito poucas; às vezes apenas o número de participantes, o grau de escolaridade, ou ocupação principal. Portanto, sempre é uma surpresa. Vou cheia de expectativas para encontrar aquelas pessoas. Quem serão eles? Como me receberão? Quais serão as suas expectativas? Estas pessoas, ainda sem rosto, sem nome, tornam-se importantes para mim a partir do momento que começo a preparar o treinamento.
Mas, o mais importante é ter a certeza que independentemente de quem sejam, estarei com eles para fazer o melhor possível de forma que as suas expectativas sejam atendidas, e quem sabe, superadas.

Sempre que possível, gosto de chegar nas cidades durante o dia. Por algumas razões: para ter tempo de descansar, conhecer um pouco da cidade, no pouco tempo que tenho. E, se imprevistos ocorrerem, tenho tempo para lidar com eles. Portanto, vou um dia antes.

No caso de Holambra, que já conhecia, e o treinamento iniciava às 14h, fui no mesmo dia, e cheguei lá por volta das 12h.
Holambra é uma cidade muito bonita, limpa, florida. Domina o cultivo de flores, muitos holandeses. Casas lindas, com jardins muito bem cuidados.

Tinha feito reserva no Hotel Shelter, mas resolvi ir para outro hotel, achando que seria melhor.

Passei em frente ao Shelter e segui morro abaixo, rumo ao outro hotel. Aquele dia estava quente, puxa vida! Que sol, que calor danado! Arrastando uma mala pesada, cheio de material para o treinamento, a sensação de calor ficava mais intensa.
Chegando lá, constatei que o hotel era mais adequado para casal, família. Eram chalés charmosos, espalhados pelo terreno, tinha um lago que precisava ser atravessado com barco. Muito lindinho, romântico, mas atravessar o lago, sozinha, mesmo sendo um curto trajeto, nem pensar.
E lá fui eu para o hotel Shelter, morro acima, arrastando a mala (que na subida ficou mais pesada), transpirando feito uma danada, debaixo daquele sol escaldante.

O Hotel Shelter, era bem simples, mas limpo.  Como o curso terminava às 22h, tinha que levar a chave, pois a proprietária ia para sua casa. Coisa de cidade pequena. Coisa boa! Mas, ao mesmo tempo, e se precisasse de alguma coisa? E, claro, não tinha nenhum tipo de refeição. Só café da manhã. Mas, era assim. E, assim foi. Sem problemas. Fiquei lá duas noites.

Foi o tempo de tomar um banho e ir correndo para o local do treinamento.
A turma me acolheu com muito carinho e o treinamento, cujo tema era sobre o processo de tomada de decisões, transcorreu de forma tranquila, descontraída.

Como sempre, algumas pessoas marcam mais do que outras.

Sr. Jair: mais ou menos 65 anos. Uma gracinha. Olhava para mim com carinho, jeito de menino deslumbrado com a professora.
Maria do Carmo/Marcelo – casados. Saí com eles para uma cerveja após o término do treinamento. Conheci um pouco da história deles. Têm 3 filhos, sendo que um deles é especial. Ela, extremamente batalhadora, decidida, positiva. Começou vendendo flores de porta em porta. Abriu uma pequena loja, ampliou vendendo souvenires, cortinas holandesas. Ampliou o negócio, e abriu um restaurante. (lindo! No decorrer da conversa, descobri que estávamos no restaurante deles.)  Eu tinha feito muitos elogios, sem saber desse fato. Ainda bem. Já pensou se tivesse falado mal? Mas, realmente só tinha elogios. Tudo era ótimo: o local decorado com extremo bom gosto, o atendimento, a comida, e aquelas duas pessoas maravilhosas, exemplos a serem seguidos, e minha vontade era ter bem mais tempo para conversar mais, conhecer mais. A história deles me emocionou muito.

As avaliações foram ótimas e foi tranquilo trabalhar com eles.

Na maioria das vezes, sempre quando termina o treinamento, seja de um, dois, seis, ou cinco dias, fico emocionada. Sinto que deixei algo de bom para aquelas pessoas, que dei uma contribuição, por menor que seja, para a vida daquelas pessoas. E elas nem imaginam o quanto aprendo com cada uma delas. Então, esqueço o cansaço, as dificuldades, e cada vez mais, tenho a convicção de que é disso que gosto: estar com pessoas, ir até elas, com medo, ansiedade e alegria, inseguranças e certezas, e aprender, conhecer mais de mim, deles, e constatar, que POSSO!!!


Sim. Vale a pena. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário